2 de novembro de 2006

Extra ação

Estava resolvido:
declaração, contato, colchão.
Ou não.
Em cinco segundos
teria a solução.
E seria o paraíso,
mas o tal do dente siso
(dente ordinário)
passara do horário:
extração, piada!
E na interminável estrada
num quase eterno inverno
no ônibus, sem parada
eu escrevia
sobre o que não aconteceria.

31 de outubro de 2006

Desamor

Amar
esse verbo transitivo direto
não deveria ser conjugado no pretérito
muito menos no futuro.
Esperança tola...
Amor é presente
de grego.
É amarra, prisão.
Coisa que começa boa
e acaba a toa.
Dor latente,
ferida inexistente
que se sente.
Ausência da razão,
aluguel do coração.

Desilusão

Rosa não é a cor do amor:
É saúde, feminilidade, produto delicado.
A cor do amor é roxa
Como a cabeça do degolado.

10 de outubro de 2006

Asfixia

Angústia... Agora, meu coração parece ter o tamanho e a cor de uma uva roxa. É também difícil respirar com as costelas pressionando meus pulmões roxos. As lágrimas, das glândulas saem fugitivas e tão pesadas que mal tocam meu rosto. Um rosto roxo de morte. Morte do Amor.